Fogo da paixão

( Foto: Pedro Ramalho)



O fogo que sai das entranhas,
quando nasce uma nova paixão,
é de uma quentura tamanha,
que deixa marcas no chão.

O coração parece explodir,
as pernas começam a tremer,
a fome deixa de existir,
e vida volta a viver.

Os olhos soltam faíscas,
a boca parece pimenta,
é uma atração tão física,
que o corpo todo se esquenta.

Atraem como dois imãs,
abraçam sedentos de amor,
e para manter esse clima,
beijam-se com muito calor.



Pedro Ramalho.

A procura do rumo

( Pintura do maior pintor da Europa da atualidade meu amigo  Mihai Oltehanu)



Quando o barco desamarra,
e pega o vento de açoite,
sai sem rumo e nunca para,
ele navega dia e noite.

É igual ao adolescente,
quando os pais perdem o comando,
entra a droga de repente,
e o caos vai consumando.

Ficam todos assustados,
cada qual vive de um lado,
um bondoso, outro malvado,
pois estão bem separados.

Mentes entram em turbilhões,
todos no barco sem rumo,
pelas drogas, ou pelas razões,
estão a procura do prumo.


Pedro Ramalho.

 —

O amor para, a vida

( Foto: Pedro Ramalho)



Sinto a vida em movimento,
seguindo pra onde não sei,
como vivo de momentos,
acho que nunca saberei.

Minha distância é muito curta,
a da vida é infinita...
Se corro, levo a culpa,
se paro, a alma grita.

Procuro à natureza me aconselhar,
ela diz: Sofra, chore e sinta dor,
em pouco tempo a vida vai ensinar,
que viver são instantes de amor.

Não há distância, nem tempo, enquanto ama.
A vida para, pois essa é sua essência,
e, enquanto este amor existe chama,
o tempo aguarda com toda a paciência...



Pedro Ramalho.

Apocalipse

( Foto: Física Ufs.br)




Ondas de energia atômica,
destruindo tudo pela frente,
deixando a população atônita,
como em um terrível acidente.

Pessoas mutiladas pelo chão,
queimaduras em graus muito elevado,
resultado do homem na contramão,
por isso sendo castigado.

Cidades totalmente destruídas,
árvores queimadas pelo chão,
homens lutando pelas vidas,
tudo por falta de união.

Isso tudo pode acontecer,
a natureza perdeu o seu valor,
agora, só podemos reverter,
unindo-nos, e pregando o amor.



Pedro Ramalho.

Morar nas montanhas

( Foto: Travesssiadasamericas.com)



Quero morar nas montanhas,
levando você comigo,
numa casa de madeira castanha,
e um casal de cachorros amigos.

Árvores de todos os tipos,
a vista, deixa-me deslumbrado,
se quero desabafar eu grito,
e o eco transmite o recado.

O vento torna-se amigo,
após conviver com você,
conversa muito contigo,
passando muito saber.

As flores sorriem pra você,
brindando a nova colheita,
a natureza te faz perceber,
numa integração perfeita.



Pedro Ramalho.

" De repente " o novo

( Foto: Pedro Ramalho)





Seguimos o mesmo caminho,
preocupados em não errar,
mesmo estando sozinhos,
temos medo de algo mudar.

Passamos uma vida inteira,
sem conhecer coisas novas,
somente uma aventureira,
descobre novas cores nas rosas.

Precisamos de um " De repente "
que chame bastante atenção,
mexa com a nossa mente,
tirando-nos da razão.

Este instante de loucura,
é o encontro com o novo.
É achar o que procura,
é a mudança do povo.



Pedro Ramalho.

Amor invisível

( Foto: Pedro Ramalho)




Existe algo invisível, 
entre eu e você,
sinto algo sensível,
quando meus olhos te vê.

Uma energia diferente,
mexe com todo meu corpo,
vem tão de repente,
quase deixa-me louco.

Quando aproximo de ti,
seu corpo atraí o meu,
quando tento saí,
meu corpo cola no seu.

Não temos como saí,
meu corpo enche-se de dor,
sinto algo em mim,
é a chegada do amor.



Pedro Ramalho.

Lugar dos poetas

Escuro, não vi o buraco,
acabei de cair,
flutuei no espaço,
parece não ter fim,

Após uma longa descida,
cai num monte de areia,
a queda foi amortecida,
e, logo chegou uma sereia.

Era muito, muito bela,
e, tinha uma voz bem macia,
perguntou quem eu era,
e, o que ali fazia.

Caí num buraco no chão,
justamente naquele lugar.
Estendendo-me a mão,
disse-me: "Aqui é seu lugar.

É a terra dos poetas,
das fantasias e amores,
das sereias e profetas,
aqui não existe dores."

Olhando pra meus olhos,
sorriu, e me beijou,
falou em meu ouvido:
"Meu poeta chegou."



Pedro Ramalho.

Cura divina

( Foto: Pedro Ramalho)




Amargura, insônia, noite escura,
mente em ritmo alucinante,
resultado de uma vida muito dura,
reflete na alma, esse instante.

O remédio é uma dose de carinho,
com mãos muito delicadas,
muitos beijos de mel em pedacinhos,
deitado na cama da amada.

Mas quando está muito distante,
ou ainda não tenha uma amada,
tome uma atitude relevante,
e, urgente arranje uma namorada.

Se possível com os lábios de mel,
que saiba falar no ouvido,
sente-se entrando no céu,
levando uma anjinha contigo.




Pedro Ramalho.

Deusa do amor

( Foto: Pedro Ramalho)




A luz vem do olhar,
lindos lábios carnudos,
cabelos molhados a balançar,
homens boquiabertos e mudos.

Elegante como uma princesa,
voz suave como a brisa,
encantas como uma deusa,
sorriso da Monalisa.

Inspiração deste poeta,
beleza angelical,
és o anjo dos profetas,
mas é muito sensual.

Acreditei que és real,
pois seus lábios beijei,
és simples e natural,
contigo, eu fiquei.




Pedro Ramalho.

Minha anjinha

( Foto: Pedro Ramalho)




Aqui conheci minha anjinha,
que mora em meu coração.
Abriu um clarão nesse dia,
e, uma luz deixou-lhe no chão.

Fiquei pasmado e encantado,
com o que acabava de vê,
estava ela ao meu lado,
e, eu a pegava pra crê.

Disse-me numa voz tão suave,
que paralisa um leão,
trouxe comigo a chave,
do seu belo coração.

Vim do paraíso,
pra cuidar do meu poeta,
com minha vida, se preciso,
pois é você que me completa.




Pedro Ramalho.

Vida alternativa

( Foto: Pedro Ramalho)




Quando a vida não nos faz sorrir,
precisamos de alternativas,
algo que nos faça atingir,
as emoções reprimidas.

Buscamos no mundo virtual,
uma vida que nos deixe felizes,
muito melhor que a real,
pois deletamos os nossos deslizes.

Aprendemos a conviver,
com o ruim e com o bom,
com a dureza e com o prazer,
com o silêncio e com o som.

Como é bom viver com a mente,
as fantasias se tornam reais,
a vida passa e a gente não sente,
enquanto isso, encontramos a paz.



Pedro Ramalho.

Isso é carnaval

( Foto: Pedro Ramalho)




O mundo da fantasia,
assim queremos viver, 
tudo é só alegria,
tristeza, nunca vai ter.

Soltamos as nossas amarras,
e liberamos nossos egos,
a vida se torna uma farra,
só não aproveita quem é cego.

É beijo em todo lugar,
roupa de todas as cores,
lança perfume no ar,
na noite , vários amores.

Músicas de todos os gostos,
em uma altura infernal,
calma, doces amigos,
estamos no carnaval. 


Pedro Ramalho.

Ninho do amor

( Foto: Pedro Ramalho)




Cabelos molhados ao vento,
cobrem os seios, atiçando o desejo,
a vontade vem com o pensamento,
estás linda, assim como te vejo.

Chego mais perto, sinto teu cheiro,
uma mistura de salitre com flores,
o coração acelera, deixando-me maneiro.
Sinal dos grandes amores.

Olhar, carinho e vinho,
lugar bem pertinho do mar,
abraço, beijo e um ninho,
aconchegante pra te amar.

Deitada em meu peito,
relaxando, após o ato de amor.
Nesta hora sinto-me perfeito,
pois doei pra ti o que sou.





Pedro Ramalho.

Sem chances

( Foto: Pedro Ramalho)




Vou morrer, pra viver,
na terra, acabou a minha chance.
Não posso mais permanecer,
nem um pequeno instante.

Resta-me o pensamento,
leva-me a qualquer lugar,
diminui o sofrimento,
quando começo a pensar.

Sinto, os grandes amores,
faço de tudo, o melhor.
Como, dos melhores sabores,
nunca penso no pior.

Vou estar viajando,
pra muito além do infinito,
no caminho vou cantando,
pra que ouçam o meu grito.



Pedro Ramalho.

Vaidade

( Foto: Pedro Ramalho)




A mulher conquistou seu lugar,
e, soube ocupar com presteza.
Mas falhou muito ao lidar,
com a sua própria beleza.

Vive escrava da moda,
uma cor de cabelo por dia,
quando não cuida, incomoda,
uma verdadeira agonia.

A vaidade é quem manda,
uma entrega total,
até agulhada que sangra,
tornou-se uma coisa normal.

Não está aceitando a velhice,
tira pele de todo lugar,
e, como uma grande tolice,
as mais novas, querem imitar.

Mulheres querem viver,
eternamente como meninas,
e, deixam de conviver,
com as fases que a vida ensina.



Pedro Ramalho. 

Superficial

( Foto: Pedro Ramalho)





Levamos uma vida superficial, 
sem muito se aprofundar,
tudo parece normal,
todos parecem gostar.

Big brother no ar,
muitas bobagens se vê,
músicas fúteis a tocar,
assim, passamos a viver.

Não podemos mudar,
sem leitura e educação.
Isso vai continuar,
inclusive a corrupção.

Precisamos nos conscientizar,
combater nossos defeitos.
Ajudar a nos qualificar,
pra lutar por nossos direitos.





Pedro Ramalho.

Incerteza

( Foto: Pedro Ramalho)




Pensando, sem rumo, a procura de um canto,
sinto-me um cisco no olho de alguém,
por dentro, perdi todo o encanto,
por fora, aparento que está tudo bem.

O convívio nos faz conhecer as pessoas,
causando-nos surpresas pro mal e pro bem.
Algumas nos deixam atoa,
outras, ajudam sem saber a quem.

Caminho, entre flores e espinhos,
embora cansado, preciso seguir,
quero achar o meu ninho,
para que possa, deitar e dormir.

Quem vive em seu canto, procure viver,
com muito carinho e muita paixão,
valorize seu sonho, evita sofrer,
jamais passará por decepção.



Pedro Ramalho.

Lobos dos mares

( Foto: Pedro Ramalho)





Muitas luzes, cais do porto,
os navios a balançar,
homens sem conforto,
pensativos, olhando o mar.

Marinheiros vivem sempre,
a procura de um amor,
em cada Porto que entrem,
seus corações sentem dor.

Logo à noite, sairão,
buscam novas aventuras,
os mais afoitos acharão.
Outros, apenas amarguras.

Seguem suas vidas em escalas,
em busca dos seus destinos,
sempre prontas, ficam as malas,
esperando a sorte dos cassinos.




Pedro Ramalho.

Bailarina

(Pintura da artista plástica Karina Monteito)




Vestida toda de branco,
no cabelo, bela presilha,
ainda sentada no banco,
calçando as sapatilhas.

Corre na ponta dos pés,
pareces em câmera lenta,
Oh! Bailarina tu és,
uma estrela que se movimenta.

Vejo um corpo no alto,
descendo em forma espiral,
mãos aparam seu salto,
o momento é angelical.

Pernas escaladas no ar,
em um visual tão lindo.
Lembra o horizonte com o mar,
na hora que o sol está partindo.


Pedro Ramalho.

Alma seca II

( Foto: Pedro Ramalho)





A caatinga está sofrendo,
falta d'água no chão,
e o gado está morrendo,
falta farinha, falta feijão.

Terra de gente sofrida,
sobrevivem pela fé,
trabalham em troca de comida,
e, seja o que Deus quiser.

A sua vegetação resiste,
ao sol quente e a falta d'água,
seu povo vive triste,
coração cheio de mágoas.

Promessas sempre a ouvir,
dos homens lá do poder,
e, nunca ninguém cumprir,
é sempre no vamos ver.



Pedro Ramalho.

Ternura mel

( Foto: Pedro Ramalho)





Do ínfimo da minha alma,
procuro trazer a ternura,
um sentimento que acalma,
a todos, com a sua doçura.

Aprendi a ser terno, com as flores,
pássaros, cachorros e crianças,
também com alguns amores,
que tive nas minhas andanças.

A ternura fica ainda mais doce,
com pitadas de carinho,
e, com o mel de abelha que trouxe,
dos bicos dos passarinhos.

Esta fórmula de ternura com mel,
compartilharei com todo mundo.
Através do facebook ou do papel,
chegará em poucos segundos.


Pedro Ramalho.

Noite do desejo

( Foto: Pedro Ramalho)





Era uma noite escura,
apenas nuvens no céu.
Olhava-a com ternura,
seus lábios de mel.

Sentados no alto do monte,
olhávamos as luzes da Vila.
Iluminavam a ponte,
e as águas do rio Guaíra.

A brisa soprava gelada,
encostei o seu corpo ao meu.
senti nossas bocas coladas,
e, o mais ardente beijo nasceu.


Deitamos nos matos macios,
sentíamos o perfume das flores,
todos os desejos se abriram,
saciamos nossos amores.




Pedro Ramalho.

Mudanças no eu

( Foto: Pedro Ramalho)





Andei por um longo caminho,
catando pedaços de mim,
o bom, guardei com carinho,
e, deixei o que era ruim.

Estou mudando as ações,
tornando-me um Ser mais humano,
aquele das lindas canções ,
de Chico e de Caetano.

É bom mergulhar nas entranhas,
e, mudar o que está desgastado.
Ter coragem de realizar a façanha ,
e, assumi o que tem de errado.

Após este ajuste na alma,
a vida torna-se transparente.
O dia a dia nos acalma,
um bálsamo para mente.



Pedro Ramalho.

Silêncio

( Foto: Pedro Ramalho)





Em meu silêncio, recolhi.
Por um tempo ficarei,
lembrarei sempre de ti,
quem sabe um dia, voltarei.

Estou a procura de mim mesmo,
que perdeu-se no caminho.
Andava em um lugar ermo,
entre flores e espinhos.

Espero, um dia me encontrar.
Ainda com motivação.
Porém, se não me achar,
ficarei sem direção.

Vagarei pelo infinito...
Para nunca mais voltar.
Ficará o que está escrito,
pra você, de mim, lembrar.



Pedro Ramalho.

Visão deformada

( Foto: Pedro Ramalho)





Será que vemos, o que somos?
Nossa visão por ser limitada,
não enxerga a parte deformada.
Os defeitos dos seres humanos.

Nosso olhar é superficial,
jamais enxerga com profundeza.
Por isso não vê a beleza,
em seu estado natural.

Ao passarmos a olhar com a alma,
enxergamos nossas sujeiras sujeiras.
Meu Deus! Quanta nojeira.
Preciso mudar com calma.

A minha vida tornou-se diferente,
com este meu novo olhar.
Vejo-o os defeitos de frente,
e, consigo-me, consertar.



Pedro Ramalho.

Isso é loucura?

( Foto: Pedro Ramalho)




O que é a loucura?

Desafiar censuras,
amar com paixão,
tratar com ternura,
e perder a razão?

Pensar diferente,
defender a natureza,
do sistema vigente,
e,mostrar a pobreza?

Não frequentar templos,
pra entregar seu trocado,
esse não foi o exemplo,
do Mestre crucificado?

Criar novos lados,

quebrar a rigidez,

de um povo engessado, 

pela estupidez?

Pedro Ramalho.

Pedro Ramalho.

O grito da alma

( Foto: Pedro Ramalho)






Quando nossa alma 
grita,
está cheia demais por
dentro,
pede apoio, está aflita,
não tem mais o
movimento.

Precisamos de um
escape,
quiçá, uma palavra
amiga,
antes que sufoque e
mate,
a alegria da nossa vida.

Porque não experimentar
conviver com a natureza
sua mente começa a
acalmar,
ao ver tamanha beleza.

Passarás a compreender
que a vida está na
simplicidade,
sua alma vai agradecer
o sentimento de
liberdade.


Pedro Ramalho.

Ondas

( Foto: Pedro Ramalho)





Ondas levam surfistas,
com pranchas pra o alto mar
os transformam em malabaristas,
fazem piruetas de pernas pro ar.

Ondas propagam o som a todo lugar,
e nos deixam informados a todo momento.
Levam e trazem notícias, pra lá e pra cá,
mantendo-nos sempre atentos.

Ondas viajam com os pensamentos,
são rápidas, os próprios instantes.
Pegam sempre a carona dos ventos,
parecem mágicas, são deslumbrantes.

Ondas tornam-se infinitas,
e, trazem em eco o grito da Terra.
aos ouvidos da sociedade omissa,
anunciando a destruição de nossa era.



Pedro Ramalho.

Formas

( Foto: Pedro Ramalho)





Um raio desce da altura
em forma de zig zag,
suas luzes na noite escura,
dão forma à linda cidade.

As curvas de uma cintura,
em uma mulher bem bonita,
tem a forma de uma escultura,
talhada por uma artista.

As formas de alguns brinquedos,
refletidas nas paredes,
deixam crianças com medo,
e, rezam diversas vezes.

A forma de uma gota d'água,
quando pinga no chão,
parece uma doce fada,
com uma linda flor na mão.



Pedro Ramalho

Vergonha

( Foto: Pedro Ramalho)





Enquanto uns catam lixo,
para a compra do pão.
Outros ficam omissos,
com a riqueza na mão.

Como conseguem viver,
com tanta tranqüilidade.
Quiçá, a soberba do poder,
e a envolvente vaidade.

Hoje, nossos poderes,
são por grupos dominados,
não cumprem com os seus deveres,
estão todos subornados.

Só existe uma solução:
O povo com sangue na veia,
solicitar a educação,
e, corrupto na cadeia.


Pedro Ramalho.

Inocência

( Foto: Pedro Ramalho)






Existe algo mais puro,
que um gesto de uma criança?
Isso nos deixa seguro,
que ainda há esperança.

Nos enchem de alegria,
quando começam a brincar,
e, todas as suas energias,
transformam em pureza o ar.

A vida se torna mais bela,
o tempo passa correndo,
quando estamos com elas,
sentimos que estamos vivendo.

Que o Mestre proteja os anjinhos,
que nos incentivam a viver,
e sempre em nossos caminhos,
estejam eles a crescer.


Pedro Ramalho.

De repente

( Foto: Pedro Ramalho)





Tudo tão de repente,
como viesse do nada,
acontece na vida da gente,
sempre na hora errada.

As vezes é coisa boa,
mas não podemos curti.
A chance percebe e voa,
e, de longe sorri.

Quando a coisa é ruim,
e, não estamos preparados.
Enfrentamos mesmo assim,
mas deixa-nos marcado.

Vivemos os nossos momentos,
que estão sempre a mudar.
Façamos como o sábio vento,
deixemos a vida nos levar.


Pedro Ramalho.

O amor é assim

( Foto: Pedro Ramalho)


Transcende o oceano,
mas sinto-te presente,
não importa quanto anos,
que já estás ausente.

Vejo-te no agora,
és meu momento de paz,
mesmo o corpo estando fora,
tua energia, viver me faz.

O amor não é matéria,
mas está na minha mente.
Como a linda primavera,
traz a flor em suas sementes.

A distância se encolheu,
o tempo parou aqui.
Como é lindo, oh, meu Deus!
O meu amor por ti..



Pedro Ramalho.
( Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

O ano partiu

( Foto: Pedro Ramalho)





Adeus, partiu pra não voltar.
Sua lacuna foi preenchida,
não sei onde foi parar,
apenas, sumiu da nossa vida.

Sua partida foi muito festejada,
foi bom enquanto viveu,
deixou a população muito cansada,
mas alegre, quando o novo nasceu.

Os primeiros instantes do novo nascido,
trazem-nos esperança de dias melhores,
mandamos as magoas com o velho vencido,
e, desejamos problemas menores.

Repetimos isso anualmente,
após completar doze meses,
não há como ser diferente,
adeus 2012. Feliz 2013...


Pedro Ramalho.

A bela e o poeta

Que lindo sorriso, és muito bela,
sentada na cama, estás sensual,
o espelho a teu lado com moldura amarela,
reflete teu corpo ao natural.

Chego bem perto, devagarinho,
e, sinto o perfume de flores do campo.
Pareces uma ave deitada no ninho,
esperando o pássaro com seu lindo canto.

Teus olhos fitaram os meus,
senti o desejo em teu peito aflorar.
Olhava-me como se fosse teu, 
um beijo bem doce, começou a rolar.

Já no leito deitado, nada a pensar,
fazia movimentos abraçado a ela.
Nossos corpos suados, flutuavam no ar,
entramos em êxtase, o poeta e a bela. 



Pedro Ramalho.

Cotidiano

( Foto: Pedro Ramalho)





O homem sem futebol,
é como comer sem sal,
um domingo sem sol,
uma tristeza geral.

A mulher sem o salão de beleza,
é como se sentisse largada,
faltasse comida na mesa,
sente-se, desamada.

As crianças vendo tv,
programas sem conteúdos,
os pais nem percebem,
que dali, criam seus mundos.

E assim, é o cotidiano,
do brasileiro normal,
quando não está trabalhando,
é festa, futebol e carnaval.

Enquanto isso, lá em cima,
é um roubo, atrás do outro,
culpados! estão na China.
E o povo? Ah! esse está morto.



Pedro Ramalho.