quarta-feira, 29 de junho de 2016

Tirou-nos de si
















Dedos a deslizar
no teu corpo, sem medo.
Sinto-a arrepiar.
Teus poros explodem em desejo.

Chamas-me com o olhar,
e, mordes a boca ardente.
Começas a me apertar,
ouço teus gemidos carentes.

O beijo foi tão delicioso,
deixou-me extasiado.
Selvagem, doce e maldoso,
um prazer exacerbado.

Movimentamos em ritmo de rede,
alternamos para o galope,
apertamo-nos na parede,
mas a serpente, deu-nos o bote.

Mordeu-nos. O veneno tirou-nos de si,
deixando-nos anestesiados.
No chão, parados, eu e ti.
Onde? Sorrimos calados.





Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)




Poesia é arte e cultura

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Vício de você


























Como não pensar em alguém,
que consegue acalmar minhas explosões?
Levando-me daqui para o além,
por um caminho de sonhos e ilusões.

Deixa-me sedenta dos seus beijos,
e, leva-me ao arrepio da paixão.
Cada parte do meu corpo, é só desejo.
Aquece-me a alma e o coração.

Entrego-me. Sabe que sou sua.
Quero encher-me de você.
Seu olhar, deixa-me totalmente nua.
Mata-me, aos poucos de prazer.

O seu gozo, leva-me ao infinito.
Em ondas, numa louca sintonia.
Ouço, o eco dos seus gritos,
cavalgando-me, na mais selvagem ousadia.

Enche-me de energia,
e, cala-me para aproveitar.
Transforma o instante em euforia,
e depois, traz o acalmar.

Estou viciada em você,
meu doce ópio feiticeiro.
Hoje, dependente pra viver,
quero-o, totalmente por inteiro.





Pedro Ramalho.
( Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)




Poesia é arte e cultura.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Maria voou
























Maria voou,
sumiu nas alturas.
Seu legado ficou,
muito amor e ternura.

Maria voou,
levou, e deixou saudades.
Seu pássaro triste, cantou:
O canto da liberdade.

Maria voou,
assim quis o destino.
O seu povo chorou,
ao toque do sino.

Maria voou,
pra outras dimensões,
mas sementes plantou,
em nossos corações.

Maria voou,
anjo, e doce Maria.
Maria era a flor,
inspiração da poesia.

Maria voou,
e não volta jamais.
Maria encontrou,
o núcleo da paz.





Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)




Poesia é arte e cultura.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Auto ajuda


























Olhe-se atentamente no espelho.
Observe o seu lado inverso,
mas, deixe-o também vê-lo,
fixe-o, em silêncio, quieto.

Repare o seu olhar,
sinta-o, se é sincero.
Não importa em que lado está,
reflita-o, se ele passa, o seu quero.

Enxergou a vaidade,
que pensava não ter?
Brotou em sua mente uma vontade,
daquele não ser você?

Mas, ao continuar se olhando,
imaginado-se sorrindo.
Assusta-se ao se ver chorando,
lágrimas no rosto, caindo.

Vá! Com ele, converse.
Ele é você sem censura.
Desabafe o que lhe aborrece,
suas mágoas, e suas amarguras.

Seu inverso, é o seu lado de dentro,
lado sábio do ser.
Desnude de vez seus tormentos,
é você, ajudando você.






Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)





Poesia é arte e cultura.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Mulher

















Obra prima do universo,
perfeição da natureza,
inspiração dos meus versos,
rendo-me, a tua beleza.

És uma flor em movimento,
tão doce quanto o mel.
Tornas melhor, o momento.
Ah! Tu caístes do céu.

Deusa suprema do amor,
suave, como a ternura.
Esquentas-me, com teu calor.
Após, abrandas-me, com tua doçura.

Imobilizas-me, o teu olhar.
Poderias fazer de mim o que quiser.
Mas, deixas-me em teu colo a sonhar...
Reverencio-a. Oh! Sublime mulher.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)



Poesia é arte e cultura.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Mudamos



















Após um certo tempo, encontramo-nos.
Quem és tu? Quem sou eu?
Ambos, perguntamo-nos:
Será que o mundo enlouqueceu?

Não. Estamos diferentes,
mudanças, ao só,caminhar.
Aconteceu com agente,
a escolha pra pior ou melhor.

O período que estivemos ausentes,
tudo, mais tudo mudou.
Volte as nossas nascentes,
e, veja o que ainda restou.

Uns, tornam "o mesmo", tão velho,
outros, "o novo",experimentam.
Acabam-se os caminhos paralelos,
atalhos os desencontram,
entram em labirintos tão belos,
e nunca mais se encontram.

Segue a vida em movimentos,
infinitas possibilidades.
Mas só encontramos o encanto,
ao encontrarmos a liberdade. 



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

Escalo-te




















Começo pelos pés descalços ,
escalo as pernas tão lisas.
Nos joelhos, relaxo.
Após, subo as coxas tão lindas.


Vou bem devagar,
apreciando partes tão belas.
Desejo na gruta, entrar.
Mas é proibido chegar nela.

Preciso contornar,
e, subo pelos montes perfeitos,
sinto a pele arrepiar,
e, por um instante me deito.

Levanto, e vou pela frente,
escalo a barriguinha.
Chego nos montes ardentes,
prefeitos, que maestria!

Deslizo pelo pescoço,
nos teus cabelos, segurando.
Sinto a maciez do teu rosto,
estou quase chegando.

Agora, em teus lábios molhados,
quase escorrego no nariz.
Passo entre os olhos, apertado,
e, pela testa, acabo de subir.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

Doce pecado ll


Porque se esconde em botão? 
Solte suas pétalas contidas. 
Mostre-se, flor da paixão,
assuma de vez sua vida.

Como esconder? seus gestos sensuais,
seu olhar penetrante,
o sorriso sagaz,
e a respiração ofegante.

Seu andar, mexe seu corpo e minha mente,
como ondas que movimentam as águas do mar.
Não mais consegue esconder a sua sede carente.
Percebo que deseja o vinho provar.

Agora, mostre sua bela arte,
e, sem medo abrace-me apertado.
Jogue pra cima os disfarces,
e, entregue-se ao doce pecado.






Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)




Poesia é arte e cultura.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Calam-me?










Calam-me apenas por fora,
dentro em ebulição.
A liberdade aflora,
ao sufocar a emoção.

Calam-me. Mas como calar o amor,
a inspiração, os sentimentos e a percepção?
Bobos, o sentimento e a dor,
levam à revolução.

Calam-me o que não sou.
O que sou, continua gritando,
e aperfeiçoando, o livre voo do condor,
pra surpreender, os que estão me sufocando.

Calam-me? Não mais. Agora calem-se vocês.
A luz clareou as sombras,
e, destruiu o mal de uma vez,.
Nada mais me assombra,
o universo aplicou a lei.






Pedro Ramalho.
Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.




Início do fim

 
Melancólica alegria,
de um palhaço que chora,
ao ver as cadeiras vazias. 
O sorriso acabou. E agora?

Rosas, não mais exalam perfumes.
Seus caules, aumentaram os espinhos.
Peixes, já não nadam em cardumes,
os rios poluídos, quase os extinguiu.

A lua, cada noite mais pálida,
numa anemia crescente.
Nova ou cheia, triste, calada,
e os amantes, decrescentes.

Estrelas com luzes opacas,
não mais iluminam mentes.
Queimadas destroem nossas matas,
e, pesticidas contaminam as sementes.

O sol se põe mais rápido,
deixando as cores desbotadas.
Os mares, quase sem vidas, apáticos,
quebram-se em ondas cansadas.

A terra já sem substâncias,
brota árvores desnutridas.
As garças perderam a elegância,
sem habitat e sem comida.

É o início do fim,
de Seres que não souberam cuidar.
Transformaram o tão bom, em ruim.
Desaprenderem a amar.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)



Poesia é arte e cultura.















domingo, 5 de junho de 2016

Incerteza ll

















Como encontrar a liberdade,
na pragmática certeza,
que nos impõem com maldade,
reprimindo nossa incerteza?

A incerteza é tão mágica,
aperfeiçoa convicções.
Só alcançamos com a prática,
nossas, quase perfeições.

Através dela, corrigimos o passo,
aperfeiçoamos sintonias.
Transformamos o ferro em aço,
pra resistir a maresia.

És o plural das certezas,
fonte das opções.
Dás diferentes padrões a beleza,
e, não nos impõe com razões.

Como será? Qual a cor?
Ativas questionamentos.
Certeza de não ser, o que sou.
Incerteza! Mudas, como o momento. 



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)



Poesia é arte e cultura.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

O silêncio dos pássaros
















Pássaros tristes não cantam.
Rios e florestas agonizando, 
onde buscam o encanto? 
Seus habitats minguando.

Apenas, penas brancas a voar,
disseminando a paz através do vento.
"O sábio e complexo homem" ignorou o simples sabiá,
trocando suas árvores pelo monumento.

Cimento em sacos saciam a fome do concreto,
transformando o habitat, antes fácil, em edifício.
Até o céu azul, agora encoberto,
por gases venenosos vindos de toda parte.

Estão destruindo a natureza,
substituindo-a, por robôs que julgam perfeitos.
Poluído mentes e ambientes com suas impurezas.
Oh, Deus! Ainda há tempo? Ainda há jeito?




Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)




Poesia é arte e cultura.

Incerteza ll


















Como encontrar a liberdade,
na pragmática certeza,
que nos impõe com maldade,
reprimindo nossa incerteza?

A incerteza é tão mágica,
aperfeiçoa nossas convicções.
Só alcançamos com a prática,
as nossas, quase perfeições.

Com ela, corrigimos o passo,
aperfeiçoamos as nossas sintonias.
Transformamos o ferro em aço,
pra mais resistir a maresia.

És, o plural das certezas,
fonte das nossas opções.
Dás, diferentes padrões a beleza,
e, não nos impõe com razões.

Como será? Qual a cor?
Ativas a motivação.
Certeza de não ser, sou.
Incerteza! Tu, minha mente, ajustou.






Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.