Frase do poeta

Enquanto houver poesia

Enquanto houver poesia

Brasil descolorido,
desbotado pela tristeza,
de um povo muito sofrido,
uma vida de incertezas.

Destruíram a natureza,
o dólar, substituiu a flor.
Vaidade, ganância, e soberba.
Neste trio, não cabe o amor.

Desmatamentos, e muita poluição,
inclusive em nossas mentes.
Políticos roubam a nação,
e bandidos matam inocentes.

Que será das nossas crianças?
A violência, matou a alegria.
Vamos manter a esperança,
enquanto houver a poesia.

Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

Liberta-me

Liberta-me

Toque suavemente em meu rosto,
quero sentir seu carinho.
Estou, um navio sem porto,
à deriva, sem achar o caminho.

Silencie-me com seus beijos,
impeça minha boca a gritar.
Amanse meus indevidos desejos,
faça minha alma acalmar.

Abrande-me, com a sua voz suave,
mande minha mente desacelerar.
Esfrie onde meu corpo mais arde,
com o seu doce abraçar.

O meu turbilhão aquieta.
Inteira, completa-me.
Destrói minha parte perversa,
e de minhas amarras, liberta-me.

Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Foto: De minha amiga e fotógrafa Maria Tereza Lima.

Poesia é arte e cultura.

Mentira terna

Ah! Que vontade insana,
reviver nossas doces loucuras,
naquela pequena cabana,
onde o simples, unia-se a doçura.

Inventávamos um fim de semana,
num sítio, com os amigos.
Só assim, os pais liberavam a Ana,
não deixariam ir sozinha comigo.

Em turma, pegávamos ela,
fazia parte do plano.
Tornava, a mentira mais terna,
pois tão puro, era o nosso engano.

Despedíamos da nossa galera,
de canoa, atravessávamos o rio.
O paraíso profano nos espera,
começávamos a preencher o vazio.

A névoa fria ao chegar,
matos, silêncio, escuridão.
Abraçados a nos esquentar,
ali, deixávamos a razão.

Era só nosso, o esconderijo.
mantemos, guardado em segredo.
Lá, nem pecados, nem castigos,
libertávamos os nossos medos.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

Além da vida...

De longe, o vale branquinho,
névoa, flores, ou fumaça?
Aos poucos, meus olhos ardiam,
sinal de uma grave ameaça.

Desci o morro correndo,
segui naquela direção,
o fogo, já aparecendo,
gritos na escuridão.

A vila era muito pequena,
ali morava meu amor.
A fumaça bem perto, envenena,
e como sobreviver o calor?

Líquido em meu corpo escorria,
lágrimas, e desidratação,
a visão em minha frente sumia,
guiava-me pelo coração.

De repente, ouço gemidos,
era ela, carrego-a nos braços.
O fogo já nos consumindo,
voamos juntos, pra outro espaço.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

Vamos mudar?

Presidente impedido,
por um Congresso infestado de ladrões.
Supremo, a soltar bandidos,
que o Moro, com muita luta pois nas prisões.

Governo podre do Rio,
traficantes matam sem dó.
A antiga capital do Brasil,
comandada pelo pó.

Matam índios no Maranhão ,
berço do coronelismo.
Sarney, dono do chão,
e da política do cinismo.

Partidos, são repartidos,
entre maus empresários, e banqueiros.
E o povo reprimido,
pelo o seu próprio dinheiro.

A sociedade precisa acordar,
a ignorância, perpetua o podre poder.
Educação para conscientizar,
que o patrão, é você.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

Silêncio divino

Adoro estar em silêncio,
sinto-me no meio de um lago,
sem ondas, correntes, ou tormentos.
Um instante parado.

Lá, encontro o vazio,
observo o núcleo do nada,
depois que o tudo partiu,
deixando a vida calada.

Movimento-me bem devagar,
com extrema sutileza,
percebo, a tristeza me deixar,
desofuscando totalmente a beleza.

Calado, o silêncio me absorve,
agora, o silêncio sou eu.
Minhas emoções se comovem,
estou em contato com Deus.

Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia) 

Poesia é arte e cultura.

Completas-me

Agora só a poeira,
e a mente em conflito.
Acabei de perdê-la,
não contive meu grito.

No carro estava ela,
uma lágrima escorria,
olhava as flores amarelas,
que outrora sorria.

Estava indo embora,
mas uma parte ficou,
é que na sua trajetória,
apareceu um amor.

Viveu intensos momentos,
mas, tinha ido ali a trabalho.
terminara o planejamento.
Voltar, era necessário.

Dois anos se passaram,
ela nunca o esqueceu,
não mais se falaram,
mas o amor não morreu.

Pensativa, tomava um café,
ouviu baixinho algo tão doce:
"Você ainda me quer?
O universo me trouxe."

O olhar, o abraço,
a resposta com emoção:
"Deixei contigo um pedaço,
completas-me o coração."



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

Intensa, mas curta paixão

Ao passar, um olhar diferente,
assim, começa uma paixão.
E, como água corrente,
nos leva, para o não sei não...

Entorpece nossos problemas,
tristezas, transformam-se em alegrias.
Tudo, tudo passa a valer apena,
libera segredos, e fantasias.

O sorriso, não sai do rosto,
acabam as dificuldades.
A energia, rejuvenesce o corpo,
completo, não existe saudade.

Uma intensa atração,
explosão no viver,
além dos limites das emoções,
neste estágio, não existe o sofrer.

O olhar, não é mais diferente,
assim, termina a paixão.
Deixa-nos, como veio: De repente.
Ferindo profundamente, a alma e o coração.

Pedro Ramalho.
(poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

Poesia imortal

Porque estás a parar,
oh! Meu doce poeta?
E os versos a acabar,
vais me deixar incompleta?

Acabarás com duas vidas,
a do poeta, e da poesia.
E as leitoras amigas,
viverão sem fantasias?

Respondeu o triste poeta,
você nunca morrerá.
Logo estará completa,
e continuará a encantar.

É assim minha bela amada,
a vida segue seu ritual.
O velho poeta se acaba,
mas a poesia é imortal. 

Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia) 

Poesia é arte e cultura.