segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Cara cura
















Ao olhar-me no espelho,
vi marcas em minha face,
manchas brancas, e vermelhas,
a verdade sem disfarce.

Ali, estava minha vida.
Mapa da minha existência,
cicatrizes das minhas feridas,
resumo da minha essência.

Que adiantaria esconder?
Mataria a minha história.
O que fizesse desaparecer,
ficaria vivo na memória.

Aproveito meus traços marcados,
pra refletir, cada tracinho.
Saberei, o que por mim não foi mudado,
e, mudarei aos pouquinhos.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

Carnaval com uva
























Cheguei pra passar o carnaval,
numa chácara de uva.
Casa simples, terra natural,
na porta, uma guria com suas belas curvas.

Era manhã, sol abrangente,
pássaros comiam, e cantavam.
Deixavam no solo as sementes,
que, com o tempo brotavam.

Sentia a vida fluir,
sem pressa, regras, ou normas.
Aquilo me fez refletir,
vivemos apenas, o agora.

O sol se põe, veio a noite,
e, manda-o descansar.
Surgiu o vento de açoite,
e, compadre me chamou pra jantar.

Deliciosa, e simples refeição,
temperada com muito carinho.
Bate papo, e muita emoção,
regado, ao artesanal vinho.

Conversamos, cantamos. e dançamos,
nostalgia, misturada com alegria.
Notei alguém me olhando,
era a doce guria.

Entramos pela madrugada,
o vinho, eu, e a guria da uva.
De repente, cai uma trovoada,
saímos, e nos amamos na chuva. 



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Fase da moldagem

















Entre a inocência, e a maldade,
um mundo novo, diferente.
Entre o sonho, e a realidade,
assim vive, o adolescente.

Sempre em ebulição,
ultrapassando limites,
hospedeiro da paixão,
ao perigo, não resiste.

Fonte de criações,
onde inexiste a loucura.
Se não chamar atenção,
sua mente sente-se insegura.

Internet, futebol, e namoro,
suas obrigações prediletas.
Passatempo, estudar,
quando os pais, estão alerta.

Ama a liberdade,
por isso, a rebeldia,
ausente, deixa saudade,
no ambiente, falta alegria.

Fase de transformações,
mas, aos poucos vai sendo moldado,
aniquilam, suas ilusões,
e o tornam, roborizado.




Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.








quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Crise!
















Crise! Estamos vivenciando?
Fevereiro, o mês todo folia,
poderes, se articulando,
e nas ruas, só alegria.

Doze milhões de desempregados!
Como pode ser verdade?
Com um povo omisso e calado,
e sem protestos nas grandes cidades?

Sangue com lama, escorreu na ferida,
do país enfermo, que Moro descobriu.
Uma profunda limpeza, salvará sua vida,
mas cortaram a água, e a lava jato sucumbiu.

A festa vai continuar.
Após o carnaval, volta o circo.
E nos, palhaços, de novo a gritar:
Viva os nossos honrados políticos.

Tudo volta ao normal,
corrupção, hipocrisia e dinheiro.
A volta triunfante de Cunha e Cabral,
e, abraçados sorrindo: Aécio, Lula, e Calheiros.


Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Amargas doces



















Minhas doces amargas,
a cerveja, e o café.
A primeira, estupidamente gelada,
e a segunda, quente como uma mulher.

Parceira da noite, a cerveja.
Faz-me esquecer os maus tratos,
a libido, aflora na mesa,
jogo os problemas pro alto.

Parceiro do dia, o café,
bate-papos, negócios, encontros,
sentados, ou às vezes em pé,
não importa, estamos no ponto.

Amargas, que nos trazem doçuras,
para ambas, não existem lugar.
Levam-nos, a doces loucuras,
despertam-nos, a arte de amar.


Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Salva pela poesia





















Menina bela, o que a faz chorar,
com o sol tão radiante, e a brisa tão feliz?
É meu companheiro a me maltratar,
meu corpo está presente, mas não estou aqui.

Vivo presa, dentro de mim mesma,
debilitada, em uma cela tão curta.
Saudável, mas eterna enferma,
estou, pra ficar maluca.

Que bom, poder ouvi-la, e vê-la.
Observar, uma alma tão vazia.
Queres morar, em qual daquelas estrelas?
Viajarás, dentro da minha poesia.

No caminho, ficarão as tristezas,
encantarás! O sublime universo.
Ao olhar para Terra, só vês água,
e, sorrindo, completas o último verso.


Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

Pecados via internet


























Está difícil segurar,
mudar os conceitos do pecado.
Há tentações, em todo lugar,
o mundo, está certo, ou errado?

Traição irreal, permitida,
mas, proibida a real.
A hipocrisia escondida,
na internet solta-se total.

Amar, não importa o sexo,
a internet, libera.
O que fora, dizem sem nexo,
dentro, quem critica se esmera.

Viver, ou não, a ilusão?
As vezes, nos faz tanto bem,
libera sem medo, as emoções,
e, os pecados também.

Ah! Facebook, google +,
instagram, whats App e equilibra.
Vieram, e não retornam jamais.
Mudemos, os pecados da vida.


Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Encanto em gotas
















Fim do desejo,
o encanto acabou.
Não há mais segredos,
só o vazio, restou.

Nunca exponha-se de uma vez,
cada dia, um pouquinho.
Quiçá, uma surpresa por mês,
mas, tudo bem devagarinho.

Gere sempre expectativa,
faça o mesmo, diferente.
O novo, renova a vida,
e, é um ópio pra mente.

Divida suas qualidades,
como um quebra cabeças sem fim,
com infinita validade,
mas, que a última peça, seja ti.


Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Passageiro da música


















A música faz-me viajar,
leva-me à imaginação.
Explosões de estrelas no ar,
núcleo da criação.

Mergulha-me em profundezas,
não preciso respirar.
A música clássica, com certeza,
faz o nosso sistema parar.

Movimenta-me em espiral,
sei, e não sei, onde estou.
Não importa, tudo é normal,
música, é o som do amor.

Acordado, às vezes dormindo,
sem saber que horas são.
De repente, o espaço se abrindo,
estou fora da razão.

Enquanto estou a ouvindo,
sou pássaro, sou avião.
Quando as notas vão sumindo,
devagar, pouso no chão.


Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Poesia é arte e cultura.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O paraíso é aqui













Mãos suavemente em teu rosto,
olhar, um pouco atrevido,
deslizo-as pouco a pouco,
até a alça do vestido.

Pele a arrepiar,
após, o beijo na boca, bem dado.
Desejo a aumentar,
ao tocar nos lábios molhados.

Encosto-a, no pilar do salão,
abraço-a, mais que apertado.
Aumentas a sensação,
ao abrir o vestido de lado.

Agora, o não, é sim.
Gritar baixinho, é preciso,
estou dentro de ti.
Encontrei o paraíso.





Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)



Poesia é arte e cultura.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Ausência da ausência























Existe o longe e o perto?
Vejo-a em todo lugar,
trancado, ou em campo aberto,
ausente, nunca está.

Vejo você, sem você,
beijo-a, e trocamos carinhos,
na noite ou no amanhecer,
jamais, fico sozinho.

A física, não sabe explicar,
é a anti-matéria.
Anti-horário, é o seu caminhar,
limite, há muito, já era.

Ausência da ausência é o amor,
energia da divindade.
Onde, o encontrar, encontrou,
presença da irrealidade.




Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)



OBS: Meus livros de poesias à venda. 



Poesia é arte e cultura.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Viver é preciso















Sinto a vida escorrer,
entre os dedos das minhas mãos.
Mais um dia sem viver
uma única emoção.

Preciso soltar-me das razões,
pragmáticas e religiosas.
Ouvir novas canções,
chega! De tanta poda.

Conhecer, outros amores,
coisas novas, experimentar.
Sentir novos sabores,
mudar, mudar, e mudar...

Retorno? Não existe mais.
Pra fazer, o que não fiz.
Preconceitos para trás,
viver é preciso, e aqui.





Pedro Ramalho.
(Poeta, Membro da Academia de Cultura da Bahia)



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Poesia é arte e cultura.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A Pipira preta, és tu



















*Pipira preta no meu jardim!
Viestes de tão longe, apenas sentir o perfume das flores?
Lindo! Ao olhar pra janela, e cantar para mim,
a mesma canção, do meu eterno amor.

Será que ela transformou-se em ti!
Para ultrapassar outra dimensão.
Esta canção, só ela, cantava pra mim,
pra acalmar, minhas emoções.

Pipira preta, não vá agora,
aqui por enquanto, é teu lugar.
Breve, iremos juntos embora,
percebo, que veio ensinar-me a voar.

Viestes do lugar, que os nossos sonhos estão,
com o intuito, de me achar.
Ao partir, tão precoce, levastes meu coração,
agora, minha alma, viestes buscar.



Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Obs: Meus livros de poesias à venda.
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Poesia é arte e cultura. 


*A pipira preta é um pássaro nativo das Américas que pode ser encontrado na Amazônia vivendo livremente nas matas ou áreas próximas de cursos d'água.

Não manchar a história


















Pra que tanta insistência?
Os imãs, não mais se atraem,
um lado muda, quando pensa,
e o outro, fica pra trás.

Agora não tem mais jeito,
pensamentos, muitos opostos.
Um satisfeito, o outro insatisfeito,
não mais gosta, do que gosto.

Segui, você parou.
Não há mais, lado a lado,
a distância aumentou.
Estamos separados.

Assim, quis o infinito.
Separar pra não perder,
o belo do amor escrito,
vivido por mim e você.




Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)


Obs: Meus livros de poesias à venda.
pedroramalho1950@gmail.com

Poesia é arte e cultura.