Tudo do tudo!

                                                       

Tudo do tudo!

Adoro vê-la selvagem,

andando prá lá e prá cá,

seu cheiro exala desejo,

sei que quer me amar.

Finjo não entender,

sei qua a enlouquece.

Senta-se de vez no sofá,

abre devagar a blusinha,

até aparecer a tatuagem,

estampada nas curvas divinas.

Esboço um sorriso no rosto,

já queimando por dentro,

ao vê-la morder os doces lábios,

com um olhar tão sedutor,

como uma última chamada.

Perco totalmente a razão,

chego bem perto dela,

sinto o calor do seu corpo,

aperto-a forte em meus braços,

ouço gemidos e palavras desconexas.

Mordemos as nossas bocas,

já não existe a espera,

explosões por todos os poros,

chegamos ao tudo do tudo!

Somos hum!

E, em silêncio profundo, eternamente ficamos...

Pedro Ramalho

(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)

Poesia é arte e cultura.

Obs: Pintura de Pino Daeni

(Pinterest)

BH, 28/07/2023.