segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Bela pintura


























Cheguei há algum tempo, estava a sonhar.
A minha simples sala tornou-se uma pintura,
não quis acordá-la, estou à contemplar,
o belo da bela, que doce loucura!

Sinto-me impuro, pra tanta pureza,
a tinta está fresca, não quero, a tocar,
não posso estragar tamanha beleza,
a visão da arte não precisa falar.

O tempo, pra olhar, parou o instante.
Só o belo e a morte, o conseguem parar.
Gritei pra dentro: "Esta obra suprema é a minha amante!"
O vento parado, nada a movimentar.

De repente! O relógio despertou.
Ela acordou, sorriu para mim,
o tempo saiu, o instante mudou,
e, com voz dengosa chamou: "Amor, sente-aqui."






Pedro Ramalho.
(Poeta, membro da Academia de Cultura da Bahia)



Meus livros de poesias à venda in box ou pelo email -
pedroramalho1950@gmail.com



Poesia é arte e cultura. Beijos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário